"Saudades"
Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca
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2 comentários:
Se o mar quer apagar o nosso coração na areia e teima em nos manter distantes...
A saudade surge, tudo para no tempo, e torna nossos corações mais amantes.
((((sssusssspiroooosss))))
Obrigada plo comentário. Também apreciei este blog, principalmente este soneto da Espanca.
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